tag:blogger.com,1999:blog-12888525802085773032024-03-13T15:09:34.927-07:00(H)à Esquerda!?Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-24368946774525833332022-09-29T15:38:00.011-07:002022-09-29T15:43:48.190-07:00A Dialética da Desvalorização do Trabalho do ProfessorNovo livro lançado, sobre o processo de desvalorização do trabalho docente, passando pelas legislações, lutas e percalços dos trabalhadores da Educação. Trabalho de Conclusão do Curso de Direito na UFF.
<iframe type="text/html" sandbox="allow-scripts allow-same-origin allow-popups" width="336" height="550" frameborder="0" allowfullscreen style="max-width:100%" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B0BBC3GN6R&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_PA9E8GAXA72RHW71YZCG" ></iframe>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-58822008831245976192020-07-17T21:28:00.001-07:002020-07-17T21:28:14.113-07:00O movimento operário e o proletariado<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/S18s3GRppyI" width="480"></iframe>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-87616100707022576632020-07-10T14:41:00.001-07:002020-07-10T14:41:34.846-07:00Revolução Industrial<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/L3wYsXfJqqw" width="480"></iframe>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-73623115417612942922020-07-01T20:30:00.001-07:002020-07-01T20:30:29.862-07:00Revolução Francesa<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/FmRJ0sZADL4" width="480"></iframe>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-16616267506936478312020-03-28T14:28:00.001-07:002020-03-28T14:30:28.479-07:00Revista Marginália<b>
Já faz um tempo que abandonei este Blog, mas estou escrevendo periodicamente na Revista Marginália.</b><br />
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<br />
<span class="_5shl fss"></span></div>
<div class="fsm">
<div class="uiScaledImageContainer _5p-m _8o _8s lfloat _ohe">
Relançando o livro 10 anos depois.</div>
<br />
De forma mais acessível. <br />
Nestes 10 anos, mudaram muito minhas reflexões sobre o assunto, porém
acho ótimo ressuscitar os debates em torno da obra de Paulo Freire. Na
época o feedback foi bem menor que o esperado, mas recebi e-mails de
pesquisadores de várias parte do Brasil.<br />
<a class="_58cn" data-ft="{"type":104,"tn":"*N"}" href="https://web.facebook.com/hashtag/amazon?source=feed_text&epa=HASHTAG"><span class="_5afx"><span aria-label="hashtag" class="_58cl _5afz">#</span><span class="_58cm">Amazon</span></span></a></div>
<div class="fsm">
</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="550" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B07SSR2NLM&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_UCJdDb39BAEEJ" style="max-width: 100%;" type="text/html" width="336"></iframe>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-50655513951254652602015-07-11T04:16:00.000-07:002015-07-11T04:16:29.278-07:00Eu e o Marxismo Ortodoxo...<div class="MsoNormal">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Pzc1cWWwdJ8/VaD6f8-B_TI/AAAAAAAAWKI/yqeLeUxYkVQ/s1600/bandeira.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-Pzc1cWWwdJ8/VaD6f8-B_TI/AAAAAAAAWKI/yqeLeUxYkVQ/s200/bandeira.jpg" width="200" /></a>Meu pai dizia que estudar era coisa de gente que não gosta
de trabalhar. E no meu caso, tinha um fundo de verdade. Detestava meu trabalho,
trabalhei como camelô, entregador de mercadinho e ajudante de pedreiro. Não
achava nada gratificante ganhar pouco para fazer grandes esforços físico sob o
sol de rachar. Ainda era descriminado por isso, levava duras da PM, tinha
mercadorias roubadas pela Guarda Municipal, e quase saí na porrada com uns playboys
de Icaraí que não queria pagar a cerveja que bebeu do meu isopor...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sair do ensino público estadual e entrar em uma universidade
federal é um choque cultural. Pela primeira vez via a necessidade de estudar
para passar nas provas e fazer trabalhos com um nível de complexidade e
eruditismo jamais imaginado para quem mal tinha professores e nem tinha livros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, havia passado para o curso de História na UFF (passei
para a UERJ também, mas escolhi a de Niterói), para onde fui levado pela
conjuntura da vida: falta de professores de exatas, o que impossibilitava esta
área, pois também não consegui um pré-vestibular gratuito e me sentia idiota
por não conseguir aprender física, química e matemática sozinho; e uma
aproximação de uma militância política, tentativas de entrar no movimento estudantil
e na extinta esquerda do PT (idos 1996).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Iniciei a militância na UFF um pouco antes de iniciar os
estudos, ajudando colegas na eleição do DCE. Logo passei a ser assediado por
muitas correntes políticas, que queriam ganhar o novo estudante como
correligionário. Mas eu insisti por muito tempo me manter como independente,
apesar de filiado ao PT, pelo simples fato de não ter conhecimento o suficiente
para escolher uma corrente e aceitar um “centralismo democrático”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assim, me dei como tarefa, no recesso entre o primeiro ao
segundo semestre de 1997 (meu primeiro ano de UFF) ler a obra de Marx, não
tinha ideia do tamanho da tarefa. Não consegui ler tudo neste período, mas ao
ler as obras escolhidas, já havia me dado noção de que boa parte da militância de
esquerda não tinha passado perto daqueles textos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A obra de Marx e Engels e o marxismo passaram a ser meu
maior interesse e objeto de estudo. E pela primeira vez, me vi como autodidata.
Pouco depois, entrei no GET-Marx (Grupo de Estudos e Trabalho sobre Marx e o
Marxismo, coordenado pela professora Virgínia Fontes). Muito bom, para iniciar
a prática do debate político-teórico. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Por ter conhecido o marxismo lendo a obra de Marx e Engels,
logo percebi que as minhas concepções políticas eram muito diferentes das
correntes políticas presentes no movimento estudantil. Stalinistas,
trotskistas, gramscianos, maoístas, reformistas e, em comum, a todos, nenhuma
referência a Marx. Na academia ainda era pior, mesmo estas correntes marxistas
eram minoria absoluta, e Marx era visto como ultrapassado ou démodé.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando optei fazer a monografia sobre História do Marxismo,
os professores de esquerda e ditos marxistas foram os primeiros a negarem
orientação. E manter-se como estudante de História marxista era muito penoso,
principalmente no debate historiográfico, as categorias marxistas sem suas
nuances gramscianas ou thompsonianas eram considerado heresia, e ainda o é.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As análises que tenho feito das produções acadêmicas ditas marxistas é que Marx só aparece em citações de citação (apud), sua obra virou apenas uma referência não lida, apenas usam seus intérpretes, sem conhecer a fonte original dos conceitos utilizados.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Marxismo ortodoxo, para a academia e os militantes de esquerda
tradicionais, virou sinônimo de estruturalismo, determinismo e iluminismo. Há
uma verdadeira caça às bruxas, onde liberais, fascistas, trotskistas, reformistas,
anarquistas, pós-modernos, movimentos de minorias, religiosos se unem em
combate a um inimigo comum: o marxismo. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Empunhando esta percepção autobiográfica, sei que serei alvo
de inúmeros ataques. Mas a luta que nos faz forte. O fato de ser atacado
constantemente, reforça as categorias marxista. E força os marxistas a
estudarem constantemente e analisar a realidade pelo olhar do materialismo
dialético. <o:p></o:p></div>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-88620528594208044142015-03-18T17:24:00.002-07:002015-03-18T17:42:50.912-07:00Moral e atualidade<div style="text-align: justify;">
Após muitos anos, resolvi publicar neste blog, pois o espaço nas redes sociais é muito pequeno para reflexões um pouco mais filosóficas. Assim fiz um esboço de um panfleto sobre a moral.</div>
<div style="text-align: justify;">
A questão moral sempre foi assunto da filosofia, porém,como marxista, parto do principio da construção social da moral. A moral é sim uma construção classista, sendo uma partícula da ideologia de nossa sociedade, logo, quando falamos de moral atualmente, falamos da moral burguesa.</div>
<div style="text-align: justify;">
A burguesia se construiu sobre o ataque ao moralismo medieval, ao mesmo tempo que ajudou a construir a moral protestante (puritanismo, etc.). As contradições são inerentes ao processo histórico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como reflexão divido a perspetiva moral de nossa sociedade entre as classes que a compõe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Resumindo topicamente a posição da classes em relação a moral burguesa:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>Alta Burguesia: Amoral</li>
<li>Pequena Burguesia: imoral</li>
<li>Classe Média (parcela do proletariado abastada, que se identifica mais com os princíos da ideologia burguesa): Falso moralismo</li>
<li>Proletariado: Moralismo (imposto ideologicamente ou coercivamente)</li>
<li>Lumpemproletariado: imoral</li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Apesar da burguesia ser a propagadora da moral e criadora dos princípios sociais de nossa sociedade, ela se sente acima das leis e da moral que ela mesma criou. Por ter controle total sobre todas as instâncias de poder, não tem culpas morais e se abstêm de juízos de valor.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://literatortura.com/wp-content/uploads/2015/03/20150315-20150315-10249190_950626008282582_652194343_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://literatortura.com/wp-content/uploads/2015/03/20150315-20150315-10249190_950626008282582_652194343_n.jpg" height="400" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Típica manifestação pequeno-burguesa</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A pequena burguesia aposta na imoralidade como meio de ascender socialmente. São os pequenos empresários, ongueiros e oportunistas empreendedores, que exploram o trabalho, corrompem os direitos e propagam o ódio. Apesar de terem um senso moral, que inclusive propagam em Igreja e Associações, agem corruptamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
A classe média é uma parcela do proletariado que se corrompeu com cargos e remunerações mais altas, querem tornar-se pequenos-burgueses, porém tentam parecer moralmente superiores. São ignorante e puritanos, ao mesmo tempo que exalam o odor característico da imoralidade pequeno-burguesa. Foi está classe média que alimentou o nazismo, o fascismo e as ditaduras na América Latina. Apesar desta infame marca, muitos seres oriundos desta classe se tornam intelectuais, e por conta disso, por vezes rompem com as correntes ideológicas que os prendem a uma vida hipócrita e com uma capa moralista.</div>
<div style="text-align: justify;">
O proletariado, apesar de sua pobreza, é a única classe que permanece com os princípios morais, ainda que deteriorados. São ideologicamente amansados, pacíficos, trabalhadores, solícitos e solidários até com seus algozes. Quando se sentem ameaçados seja pela fome ou pela violência, como qualquer animal, reagem violentamente, aí a ideologia cede lugar à coerção dos aparelhos policiais. O proletariado é contido e sem se livrar da ideologia burguesa permanece ordeiro e produtivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a miséria e a ideologia fazem alguns proletários cair em outra classe: o lumpemproletariado. O "lumpen" é camada putrefata da sociedade, são os proletários que castigados pela vida perdem os padrões morais e se tornam tão imorais quanto os pequeno-burgueses. Vendem o próprio corpo, roubam seus iguais, matam por dinheiro. São os mercenários, policiais, guardas municipais, traficantes, prostitutas, mendigos, punguistas, assaltantes, capitães do mato modernos. </div>
<div style="text-align: justify;">
A alta burguesia não se mistura com o povo (conceito que engloba várias classes, com intuito de formar ideologicamente uma identidade entre as classes que não estão no poder), o papel de trazer a massa para ideologia burguesa fica para os intelectuais pequenos burgueses e de "classe média" que se identificam com ela. Neste processo pode ocorrer movimentos de massa, onde o lumpemproletariado é usado exaustivamente e uma parcela do proletariado mais ideologicamente engajado ao lado dos seus algozes promovem o ódio contra aqueles que desequilibram a balança ideológica da burguesia.</div>
<div style="text-align: justify;">
As manifestações do dia 15 só foram um exemplo de movimento de massa ideologicamente ligado à complexa ideologia burguesa, onde parte da grande burguesia apoia os pequeno-burgueses para guiar a classe média, o lumpen e parcelas mais alienadas do proletariado a defender a moral burguesa contra possíveis desvios para uma nova moral (talvez uma moral mais proletária).</div>
<div style="text-align: justify;">
Como se pode notar o marxismo não só dá ferramentas para entender a lógica econômica</div>
do capital, mas todo o processo ideológico e político que envolve o domínio burguês da sociedade.Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-79190352034195744452011-07-21T14:32:00.000-07:002019-06-22T07:44:42.169-07:00A esquerda e a atual luta sindical no Rio de Janeiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-r5Bsg7kGx2c/TiiTrPLMntI/AAAAAAAAAB4/VPcYO2zvoSs/s1600/comunismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="https://1.bp.blogspot.com/-r5Bsg7kGx2c/TiiTrPLMntI/AAAAAAAAAB4/VPcYO2zvoSs/s320/comunismo.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
As greves de servidores do Rio de Janeiros (Bombeiros e Profissionais da Educação) demonstra um novo folego das lutas proletários, num ramo não tanto tradicional da classe - o funcionalismo público.</div>
<div style="text-align: justify;">
Esta luta tem ganhado cada vez mais adesão e com isso mais espaço na mídia burguesa. E fazia tempo que greves no Rio de Janeiro eram esquecidas pelos jornalistas cariocas. A radicalização dos bombeiros e o apoio popular a estes fez com que a mídia fosse obrigada a rever sua posição para não perder a credulidade (ou credibilidade) da população.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, e as esquerdas onde estão no meio desta luta? Pelo menos entre os profissionais de Educação aparecem as mesmas organizações de sempre: discutindo conjuntura e preparando seus aparelhos. O PT está mal das pernas no movimento, pois já passou a tempos a ser um partido da ordem burguesa e orgânico ao Estado Burguês; O PSTU e o Psol mantém-se na postura pseudo-radical, mas com as esperanças voltadas para o futuro crescimento partidário e quiça ganhos eleitorais. Não é atoa que a mídia disparou seu veneno burguês em entrevista com uma diretora do SEPE-RJ: criticando, hipocritamente, a pretensão eleitoral de dirigentes do sindicado ou dos partidos que ganham "publicidade" no atos sindicais.</div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto há vários grupos e indivíduos autônomos que organizam a luta de modo não tradicional, uma verdadeira guerra digital, através de redes sociais na internet - inclusive recrutando novos grevistas e organizando atos. Mas, como não poderia deixar de ser a falta de organização leva somente a movimentos efêmeros sem grande possiblilidade de pensar a transformação a longo prazo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O movimento sindical nunca foi e nem será um movimento para a transformação da sociedade, mas sim um espaço de reivindicação de melhores condições de vida dos proletários no sistema capitalista. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Os partidos de esquerda <b>devem</b> participar deste movimento, no entanto, com o cuidado de não achar que este espaço é revolucionário ou que é um aparelho para financiar campanhas eleitorais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<iframe type="text/html" width="336" height="550" frameborder="0" allowfullscreen style="max-width:100%" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B07SSR2NLM&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_UCJdDb39BAEEJ" ></iframe>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-52247261606431046502010-12-23T05:12:00.000-08:002019-06-22T07:43:38.290-07:00GRAMSCI, TRABALHO E EDUCAÇÃO.<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">No Brasil dos anos 1970, emerge uma moda gramsciana, pois esta teoria remeteria a uma guerra de posição, já que os movimentos comunistas tradicionais (PCB) e radicais (Luta Armada) – guerra de movimento – haviam fracassado. Gramsci aparece como um revolucionário moderado, mas adequado à situação de “abertura gradual” e conservadora no Brasil (cf. Nosella, 1992). Ele emerge em conjunto com o movimento de luta democratizante, sendo o ícone da guerra de posição, a luta anti-hegemônica, da disputas pelos pequenos espaços na sociedade civil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Gramsci torna-se paradigmático na pedagogia brasileira através do surgimento da pedagogia histórico-crítica, que tem como principal teórico e fundador o Professor Demerval Saviani, que lança suas bases nos artigos que depois foram reunidos no livro Escola e Democracia (2008). Esta corrente pedagógica influencia a maioria dos trabalhos teóricos de orientação marxista, atualmente, no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Nosella, em um artigo recente, relembra as discussões do período de formação da corrente pedagógica aqui referida:</span></div>
<blockquote>
Teoricamente, o debate dos educadores encontrou nos escritos de Antonio Gramsci um grande alento. Presenciamos a uma verdadeira “gramscimania”, isto é, a uma excepcional difusão dos escritos desse intelectual marxista italiano. Calcula-se que mais de 40% das dissertações e teses de pós-graduação em educação, produzidas na década, citavam Gramsci como principal referência teórica. Suas frases eram citadas, em epígrafe, nos projetos ou nas propostas de política educacional de várias secretarias de Educação, estaduais e municipais. O nome de Gramsci era citado com grande freqüência nos congressos e nas reuniões das várias associações científicas e sindicais dos educadores. A literatura sobre ele e dele era sempre bem-vinda e até mesmo bem vendida.</blockquote>
<br />
<blockquote>
O primeiro saldo positivo decorrente dessa onda de estudos marxistas, sobretudo da visão gramsciana, foi o abandono por parte dos educadores do velho marxismo ortodoxo stalinista e a adoção sistemática da crítica ao tradicional didatismo técnico. Privilegiou-se a visão teórica que explica o fenômeno escolar pela sua relação com a sociedade, com a economia e com a política. O discurso repleto de citações gramscianas ra, para os educadores de duas décadas passadas, elemento de distinção cultural que os prestigiava com relação aos tradicionais pedagogos didatistas. Gramsci e também Paulo Freire tornaram-se bandeiras de orgulho e estímulo para a organização político-sindical dos pedagogos. (Nosella, 2005. p. 226)</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Saviani se expressa através de um evidente cabedal teórico gramsciano, no seu livro Educação: do senso comum à consciência filosófica (1980) ele expõe seu método e suas convicções, no entanto nega que a introdução de seu livro seja um estudo sobre Gramsci:</span></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
No primeiro caso trata-se de uma interpretação que incide sobre o texto introdutório, que recebeu o mesmo título do livro, tomando-o isoladamente e considerando-o como sendo uma leitura de Gramsci. A esse respeito cumpre esclarecer que de forma alguma se pretendeu, naquele texto, apresentar uma leitura de Gramsci. O objetivo do texto era muito simples e despretensioso. Pretendia tão-somente justificar o título dado ao conjunto de ensaios reunidos nesta obra. Se foram feitas diversas citações de Gramsci, isto ocorreu simplesmente porque a temática concernente à relação entre senso comum e filosofia é constante e central no pensamento gramsciano. E, ainda que eu tenha me preocupado com essa problemática, independentemente da influência do vigoroso pensador italiano, não senti necessidade de o proclamar, preferindo, ao contrário, realçar a relevância do tema, pondo em evidência que tais preocupações já estavam fortemente presentes num autor hoje considerado clássico.</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 1.0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">É evidente no texto de Saviani a influência de Gramsci, que apesar “não proclamada” está implícita em seu discurso de introdução aos artigos publicados em sua obra. Além de Gramsci, Marx e Kosik figuram como referenciais teóricos privilegiados pelo autor. Esta tríade de autores será base teórica para formação da chamada pedagogia histórico-crítica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Saviani (1984) faz breve apresentação de alguns desses conceitos e aproxima a função do educador a formação de um bom senso. Para esta nova pedagogia os conteúdos tornam-se fundamentais, pois a Cultura e a educação escolar, em seu caráter contraditório e mediador faz com que os estudantes rompam com as concepções folclóricas (senso comum) e partem para o bom senso:</span></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Considerando-se que "toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica", cabe entender a educação como um instrumento de luta. Luta para estabelecer uma nova relação hegemônica que permita constituir um novo bloco histórico sob a direção da classe fundamental dominada da sociedade capitalista — o proletariado. Mas o proletariado não pode se erigir em força hegemônica sem a elevação do nível cultural das massas. Destaca-se aqui a importância fundamental da educação. A forma de inserção da educação na luta hegemônica configura dois momentos simultâneos e organicamente articulados entre si: um momento negativo que consiste na crítica da concepção dominante (a ideologia burguesa); e um momento positivo que significa: trabalhar o senso comum de modo a extrair o seu núcleo válido (o bom senso) e dar-lhe expressão elaborada com vistas à formulação de uma concepção de mundo adequada aos interesses populares. (p.11)</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Além do próprio Saviani, trabalharemos alguns de seus principais orientandos: Cury, Namo de Mello, Nosella e Frigotto; que em conjunto com Saviani formaram o núcleo desta corrente durante os anos 1980.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Cury, que no mestrado estudara a relação entre liberais e católicos na pedagogia brasileira, em sua tese de doutorado dedica-se a formulação teórica das bases da corrente pedagógica nascida entre os orientandos de Saviani. Seu trabalho é publicado, cinco anos depois, sob o título Educação e Contradição e tem por objetivo clarificar as categorias chaves desta nova pedagogia, cujos mestres teóricos seriam Marx e Gramsci:</span></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
As categorias da contradição, totalidade, mediação, reprodução e hegemonia são mutuamente implicadas e de tal forma que a exposição e explicação de uma já é e exige a explicação e exposição das outras. Dessa forma, pretende-se categorias dialetizadas que se mediem mutuamente. A categoria da contradição, para não se tornar cega, só se explicita pelo recurso à da totalidade. Essa, por sua vez, para não se tornar vazia, necessita recuperar a da contradição em uma síntese mais abrangente. Consequentemente, exige a superação dos dualismos ou reducionismos. A categoria da totalidade, por sua vez, exige uma cadeia de mediações que articule o movimento histórico e os homens concretos. Semelhantemente às cadeias de mediações, numa totalidade concreta e contraditória (como é a sociedade capitalista), necessitam explicitar o que mediar. Nesse caso é necessário o recurso à categoria da reprodução, porque o sistema vigente, ao tentar se reproduzir para se manter, reproduz as contradições dessa totalidade, reveladas em seus instrumentos e enlaces mediadores. E por fim a manutenção desse mesmo sistema, especialmente no caso da educação, implica a busca de um consentimento coletivo por parte das classes sociais. Daí o recurso à noção de hegemonia. Mas essa é uma noção dialetizada, e por isso mesmo ela não é compreensível sem a referência às contradições que a própria direção hegemônica busca atenuar.</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Contrapondo as pedagogias reprodutivistas e estruturalistas, a educação é colocada no contexto de mediação e espaço de disputa contra-hegemônica. O conceito de contradição é o principal argumento para discutir contra a reprodução, porém este conceito ainda não é abandonado, somente mediatizado pelo conceito de contradição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Outra referencia citada por Saviani como fundamental para a formação teórica de sua corrente pedagógica foi a tese de Guiomar Namo de Mello, publicada em 1983 sob o título de Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político. A categoria fundamental do trabalho, segunda a autora e seu orientador, é a Mediação. O conceito de mediação, segundo a autora, está implicado com o conceito de contradição e vai além da passagem de conceitos gerais aos mais simples. Partindo da crítica de Sartre a Marx, Mello chega a Gramsci para fixar o seu conceito:</span></div>
<blockquote>
A melhoria de vida, a obtenção de melhor emprego, a aquisição de bens materiais, para os quais a escola pode ser importante, não configuram um projeto revolucionário nem levam por si mesmos a uma negação da dominação.</blockquote>
<blockquote>
Constituem, todavia uma expressão individualmente negadora da origem de classe, cuja passagem para um projeto coletivo vai depender da participação de cada indivíduo na dinâmica do social em suas várias outras instâncias, das quais o trabalho é a mais importante. Como mediação, a escolaridade pode contribuir para essa participação, mas não a determina nem a direciona.</blockquote>
<blockquote>
O que o saber escolar, quando bem apropriado, permite adquirir não é necessariamente um desvelamento completo da dominação. É apenas uma visão de mundo menos mística e folclórica, mais integrada. São habilidades básicas de comunicação, de cálculo, de conhecimentos do mundo físico e social. (p.31)</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 1.0cm; margin-top: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">A questão da mediação não foi uma polêmica no grupo, mas sim o caráter que esta mediação educacional foi tomando durante o trabalho:</span></div>
<blockquote>
A competência técnica, o saber fazer bem, é a passagem, a mediação, pela qual se realiza um dos sentidos políticos em si da educação escolar, É com ela, a competência, e com ele, o sentido político em si, que pretendo, trabalhar na interpretação dos dados empíricos acerca das representações dos professores, tomando-os como uma das condições escolares. (p. 34)</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Ao tomar a competência técnica como a mediação da educação escolar, Namo de Mello abandona os conceitos marxistas e gramscianos e busca na psicologia social e Verón e Moscovici meios de defender a culpabilização dos alunos pela incompetência dos professores, encoberta por perspectivas amorosas e paternalistas. Nosella (1983) ataca a autora por ver em sua tese uma volta ao tecnicista, mas esta é defendida por Saviani (2008) que consegue ver em sua perspectiva um vigoroso ataque ao inimigo comum (o estruturalismo/reprodutivismo). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">O GT Trabalho e Educação nasceu dentro do contexto das discussões educacionais gramscianas e marxistas que tinham como vértice a pós-graduação da Puc-São Paulo e, conseqüente mente de Saviani e seus orientandos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Conforme o artigo de Eunice Trein e Maria Ciavatta Franco (2002):</span></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Inicialmente o GT denominou-se Educação e Trabalho, mas a concepção de trabalho enquanto práxis humana, material e não-material, que constitui o trabalho como princípio educativo – e que portanto não se encerra na produção de mercadorias –, exige que a educação seja compreendida em suas múltiplas determinações, conforme o estágio do desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Dentro de uma visão dialética da história, no quadro dos estudos e publicações sobre Marx e Gramsci, formou-se a idéia de que não se pode compreender a escola dissociada da sociedade a que ela pertence. Nesse sentido, a escola e a educação não devem ser estudadas como unidades autônomas, mas dentro das relações sociais de que fazem parte. Essas reflexões determinaram a mudança do nome do GT para Trabalho e Educação [Kuenzer, 1987]. (p.144)</blockquote>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Novos conceitos e categorias gramscianas passaram a ser paradigmáticas na formação do GT trabalho e educação: principalmente o de trabalho, como principio educativo e o conceito de educação politécnica ou tecnológica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Neste novo contexto surgem novos intelectuais que levaram as discussões adiante, entre eles Acácia Kuenzer, Gaudêncio Frigotto, Maria Ciavatta Franco, etc. Entre eles destacaremos Gaudêncio Frigotto, que segundo estudos é o autor mais citado atualmente nos trabalhos do GT Trabalho e Educação.<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Professor/Meus%20documentos/cassandra/p%C3%B3s-gradua%C3%A7%C3%A3o/trabalhos%20apresentados/Gramsci,%20trabalho%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o%20entrega.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman"; font-size: 12.0pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">A tese de doutorado de Frigotto (2006), publicada como A produtividade da escola improdutiva em 1984, foi um marco na discussão sobre a Economia Política da Educação. Ainda pautada como oposição aos marcos teóricos reprodutivistas, avança teoricamente para uma análise da Educação no contexto das mudanças das relações capitalistas no final do século XX. Surge um novo antagonista para os pedagogos gramscianos: a Teoria do Capital Humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Assim as idéias pedagógicas do grupo, ao contrário da posição de Namo de Mello aparecem mediatizadas pelas relações sociais de classe retomando conceitos chaves de Marx – luta de classes, e de Gramsci – trabalho como princípio educativo e educação politécnica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Assim Frigotto coloca a visão de Gramsci:</span></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Gramsci, efetivamente, vai dar ao princípio do trabalho como elemento educativo, à inseparabilidade entre ensino e trabalho produtivo e ao caráter politécnico da escola única, uma dimensão mais ampla e cultural.</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
(...) </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.05pt;">A análise que Gramsci faz da escola única e do caráter poli</span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.3pt;">técnico da escola se situa, então, no bojo mais amplo da análise </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: -0.05pt;">que o mesmo faz da questão das classes sociais, da hegemonia, do </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: -0.15pt;">partido e do intelectual no contexto de um capitalismo monopolista. Subjaz à especificidade dessas análises uma questão fundamental que </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.05pt;">une a reflexão teórica à prática política em Gramsci. Trata-se de </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.15pt;">entender porque no interior do capitalismo monopolista, no Oci</span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt;">dente, a passagem para a sociedade socialista é mais complexa, e de <span style="letter-spacing: .1pt;">se situar o espaço e os mecanismos onde se articula esta passagem.</span></span> </blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.05pt;">Ao buscar a resposta a essa questão, como vimos, Gramsci é </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.1pt;">levado a desenvolver, no âmbito teórico e prático, a questão das </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.05pt;">relações de classe, da hegemonia, do Estado, dos intelectuais, do </span><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11.0pt; letter-spacing: 0.15pt;">partido, da escola e sua função. (190-191)</span></blockquote>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Após, ou contemporaneamente a, Frigotto e ainda vinculados a PUC-SP e também ao GT - Trabalho e Educação, diversos pesquisadores debruçaram-se sobre os conceitos de educação politécnica, escola unitária e suas relações com o mundo do trabalho. A grande maioria dos trabalhos mantinha-se vinculada à teoria gramsciana, entre estes Lucília Machado e Acácia Kuenzer (que são referências básicas nas pesquisas no GT - Trabalho e Educação, ver tabela na nota 1, p.6), que irão trabalhar as concepções de educação unitária e politécnica em relação ao ensino profissionalizante e médio, respectivamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Gramsci tem o papel decisivo nestas teorias pedagógicas, não só por definir o trabalho como principio educativo, mas sim por desenvolver o conceito de hegemonia, que permite vislumbrar a educação como espaço da luta contra hegemônica e os conteúdos educacionais apreendidos como mediações para a superação do senso comum a caminho de uma consciência filosófica. A luta dos educadores gramscianos será por uma educação pública, unitária, porém politécnica – para garantir aos trabalhadores o domínio dos conhecimentos sistematizados pela cultura (burguesa) e o domínio das tecnologias, articulando assim trabalho manual e trabalho intelectual, Gramsci não só valoriza do papel do intelectual orgânico, mas também do intelectual tradicional que permite a sistematização do conhecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Não cabe neste trabalho a discussões sobre outras concepções marxistas de educação, nem o julgamento das posições de Antonio Gramsci em relação as perspectivas de uma revolução socialista ou da transição ao reino da liberdade. Assim ficam para um futuro trabalho as contraposições ao conceito de hegemonia e a eleição da sociedade civil como espaço privilegiado para as lutas contra-hegemônicas (lutas de classe). A pedagogia gramsciana brasileira nasce das críticas às pedagogias estruturalistas e reprodutivistas, e estas nasceram de uma leitura de Gramsci, este debate cíclico merece um retorno aos clássicos – discutindo as concepções marxianas que deram origem as idéias aqui em destaque.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Cabe ainda, à guisa de consideração parcial, dizer que estas discussões gramscianas serviram de base teórica para várias lutas por dentro dos sistemas educacionais, seja nas discussões sobre a legislação (da Constituição de 1988 aos decretos sobre educação profissional), a favor de educação de perspectiva crítica e ampla, como nos sindicatos docentes e de trabalhadores de educação. Assim sendo, cresce sua importância para uma analise a partir perspectiva marxista da educação brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Referências Bibliográficas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">FRANCO, Maria A. Ciavatta e TREIN, Eunice. <b>O percurso teórico e empírico do GT Trabalho e Educação:</b> uma análise para debate. In: Revista Brasileira de Educação. Nº 24. Set /Out /Nov /Dez, 2003.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
FRIGOTTO, Gaudêncio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A produtividade da escola improdutiva:</b> um (re) exame das relações entre educação e estrutura econômico-social e capitalista. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
MELLO, Guiomar Namo de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Magistério de 1° grau:</b> da competência técnica ao compromisso político. 10. Ed. — São Paulo: Cortez, 1993.</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">NOSELLA, Paolo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Compromisso Político e Competência Técnica:</b> 20 anos depois. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 90, p. 223-238, Jan./Abr. 2005.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">SAVIANI, Demerval. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Escola e Democracia</b>. Campinas: Autores Associados, 2008.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">_________________. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Do senso comum à consciência filosófica</b>. São Paulo: Cortez, 1986.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">_________________. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pedagogia Histórico-Crítica</b>. Campinas: Autores Associados, 2002.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
RODRIGUES, José. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A Educação Politécnica no Brasil.</b> Niterói: Eduff, 1998a.</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
________________. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Moderno Príncipe Industrial:</b> o pensamento da Confederação Nacional da Industria. Campinas: Autores Associados, 1998b.</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; punctuation-wrap: simple; text-autospace: none; text-indent: 0cm;">
_________________.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Nós, os educadores que amávamos a revolução:</b> Origens, desenvolvimento e crise do campo Trabalho-Educação no Brasil, mimeo. 2006.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="550" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B07SSR2NLM&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_UCJdDb39BAEEJ" style="max-width: 100%;" type="text/html" width="336"></iframe><br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]--> <br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 0cm;">
<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Professor/Meus%20documentos/cassandra/p%C3%B3s-gradua%C3%A7%C3%A3o/trabalhos%20apresentados/Gramsci,%20trabalho%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o%20entrega.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman"; font-size: 12.0pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Conforme a tabela abaixo extraída de Rodrigues (2006):</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75"
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</div>
</div>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-27746354536205395662010-11-26T07:58:00.000-08:002010-11-26T07:58:50.659-08:00A violência e o Capital<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A violência urbana no Brasil só vira assunto internacional, quando o Estado perde o controle relativo sobre a situação. Mas isto, não é assunto recente no dia-a-dia da população das grandes cidades brasileiras. São dezenas de anos de miséria e banditismo nas favelas e comunidades carentes, onde coronéis modernos dominam a multidão assustada.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O coronelismo, política instituída no Brasil desde a lei de Terras, garante a caudilhos brasileiro o domínio territorial e político de nichos rurais e urbanos. Geralmente se identifica esta política como típica do interior atrasado e não conseguem ligá-la ao domínio urbano de determinadas famílias em currais eleitorais nos bairros de subúrbio das grandes cidades.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Nas favelas, o banditismo, não é diferente do antigo cangaço. Longe de serem heróis, eles reproduzem a realidade de domínio coronelista sem os requintes ideológicos da política burguesa. Como os antigos cangaceiros, estes bandidos atraem os jovens, revoltados com sua situação social. Este sentimento de revolta em conjunto com os ganhos financeiros com o tráfico são a combinação perfeita para o domínio ideológico.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">E o Estado burguês? A violência estatal somente movimenta esta violência. Como não resolve os problemas sociais da sociedade capitalista, a repressão retira os bandidos de uma região ou de uma atividade criminosa para outra. Se violência e repressão resolvessem estes problemas, não seria na Ditadura Militar que surgiria o crime organizado no Rio de Janeiro.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Os fatos que estão acontecendo no Rio de Janeiro, neste momento, são conseqüência da política puramente repressiva. As UPPs são aplaudidas por trazer a paz a determinadas comunidades, mas na verdade trazem a ordem burguesa – cobrança de impostos e serviços particulares, bancos etc. Além disso, a população pobre continua na mesma miséria de sempre, e os jovens seduzidos pelos ganhos no tráfico migram para comunidades de mesmo comando.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O terrorismo que hoje se manifesta no Rio é nada mais que a reação violenta pela tomada de territórios de determinado grupo criminoso. E o Estado somente tem como alternativa mais violência. Em longo prazo, qual será a política do Estado?</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Somente a organização consciente do proletariado contra o Capital, este que organiza dos dois lados desta guerra sanguinária, é capaz de aplacar esta violência. Os sentimentos gerados pela ideologia capitalista são responsáveis pelas escolhas de milhões de pessoas que querem enriquecer de qualquer maneira. Solidariedade, companheirismo, comunidade são conceitos que não se encaixam numa sociedade em que reinam as ideologias da prosperidade, do egoísmo e da competitividade. Mas não basta a luta ideológica, através de discursos ou “educação do povo”, há de se construir uma alternativa real de sociedade, onde reine a igualdade. Para isso somente a luta direcionada contra o Capital e não contra os marginalizados pode resolver a situação. Por enquanto, enquanto não há forças para tal luta final, devemos construir organizações de trabalhadores para enfrentar estas situações de miséria, sem cair nos engodos burgueses. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Não há alternativa unicamente reformista, o Estado Burguês não pode e não quer resolver os problemas do proletariado. A luta revolucionária visa destruir esta estrutura que sustenta as desigualdade, e para manter a dignidade do proletariado até lá, lutamos por melhores salários, moradias dignas, pleno emprego, políticas educacionais e sociais.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-11055779353341501562010-11-10T09:00:00.000-08:002019-06-22T07:13:57.158-07:00TIPOS DE VIOLÊNCIA: Fromm e Freire<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial";"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";"> https://www.amazon.com.br/dp/B07SSR2NLM</span><br />
<br />
<span style="font-family: "arial";">A sociedade industrial constrói barreiras e desejos antagônicos. Enquanto promove, ideologicamente, o consumismo, exclui a maioria da população das condições mínimas de bem-estar humano.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A reação a este paradoxo, socialmente construído, é a violência em diversas formas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">O estudo de Fromm (1977) sobre as formas de violência deixa claro que a construção do caráter humano é, evidentemente, social. O Homem não é bom ou mau por natureza. E até mesmo, a definição de bondade ou maldade depende do ponto de vista. A burguesia vê maldade na revolta dos trabalhadores superexplorados, mas não vê maldade em sua exploração desumana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">A <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">violência recreativa</b>, segundo Fromm (1977) é exercida como exibição de perícia, utilizadas desde os antigos jogos tribais e esgrimistas budistas zen. Até a violência recreativa, entretanto, que é utilizada desde os primórdios como forma de preparação do corpo e da mente, vem sendo desvirtuada e ganhando caracteres sádicos através de mitos de superioridade corporal e culto à força e ao corpo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">A chamada <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">violência reativa</b> - que é desencadeada por um contexto de opressão - sempre é a mais combatida, pois reflete a insatisfação com a situação que é imposta ao indivíduo ou a coletividade. Sobre a violência reativa Fromm diz:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">Por este nome entendo a violência empregada na defesa da vida, da liberdade, da dignidade ou da propriedade – de si próprio e dos outros. Ela tem suas raízes no medo, e por isso mesmo é provadamente a forma mais freqüente de violência; o medo pode ser real ou imaginário, consciente ou inconsciente. Este tipo de violência acha-se a serviço da vida, não da morte; sua meta é preservar, não destruir. Não é inteiramente decorrente de paixões irracionais, mas até certo ponto de avaliação racional; por isso, também implica também certa proporcionalidade entre fim e meios. Tem sido sustentado que, sob um ponto de vista espiritual mais elevado, matar – mesmo em defesa – nunca está moralmente certo. A maioria dos que sustentam essa convicção, entretanto,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>admitem que a violência na defesa da vida é de natureza diferente daquela que visa a destruir por prazer. (FROMM, 1977. p.26)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Freire, em sua Pedagogia do Oprimido (2001, p. 46-49) faz uma análise da violência reativa dos oprimidos perante a opressão a qual estão submetidos na sociedade industrial. Nesta mostra como a violência das classes oprimidas nasce da extrema violência imprimida pelos opressores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">Enquanto a violência dos opressores faz dos oprimidos homens proibidos de ser, a resposta destes à violência se encontra infundida no anseio de busca do direito a ser.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">Os opressores, violentando e proibindo que os outros sejam, não podem igualmente ser, os oprimidos, lutando por ser, ao retirar-lhe o poder de oprimir e de esmagar, lhes restauram a humanidade que haviam perdido no uso da opressão. (FREIRE, 2001. p. 48)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">A violência reativa, como não se baseia na realidade e sim nas construções mentais, pode reagir a manipulações da mente humana. Assim, “líderes políticos ou religiosos podem persuadir seus adeptos de que estão sendo ameaçados por um inimigo, e assim despertar a resposta subjetiva da hostilidade reativa.” (FROMM, 1977. p. 26) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Outra forma de violência reativa é causada pela <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">frustração dos desejos</b>. Os objetivos e necessidades frustradas do ser humano o levam à agressão. A inveja e o ciúme são outras formas de frustração que também levam o Homem à violência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">Outro tipo de violência relacionado com a violência reativa, mas já um passo adiante na direção do patológico é a violência vingativa. Na reativa o fim é evitar a ameaça, e por isso essa violência serve à função biológica da sobrevivência. Na vingativa, pelo contrário, o mal já foi feito, e por isso a violência não tem função defensiva. Tem a função irracional de desfazer magicamente o que foi feito realisticamente.(idem, ibidem, p.29)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Uma forma próxima da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">violência vingativa</b>, descrita por Fromm acima, é o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">desmoronamento da fé</b>. Por diversos traumas, a criança pode perder a fé nos pais, no amor e na vida. Estas pessoas quando adultas tentam reencontrar a fé em outras pessoas (amigos, professores, ou amores) ou tornar-se cética e desapontada e cair nos braços de uma autoridade poderosa (Igreja, Partido ou chefe). No pior dos casos ela supera através do apego as coisas materiais (dinheiro, poder e prestígio)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Mas, segundo Fromm:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">A pessoa profundamente ludibriada e desapontada também pode começar a odiar a vida. Se não há nada nem ninguém em quem se acreditar, se sua fé na bondade e na justiça foi apenas uma ilusão tola, se a vida é dirigida pelo Diabo em vez de Deus – então, de fato, a vida torna-se odiosa: não se pode mais tolerar a dor do desapontamento. A pessoa quer provar que a vida é má, que os homens são maus, que ela própria é má. O crente e amante da vida desapontado tornar-se-á, então, um cínico e um destruidor. Essa destrutividade é filha do desespero: o desapontamento com a vida levou ao ódio à vida. (id., ibidem. p. 31)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Outra forma de violência tratada por Fromm é a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">violência compensatória</b>, na qual as pessoas impotentes, que não se acham potentes para construir, tendem a ser destrutivas. Este tipo de violência é mais patológico.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">“Essa violência é a violência dos aleijados, daqueles a quem a vida negou a capacidade para qualquer expressão positiva de seus poderes especificamente humanos. Precisam destruir justamente por serem humanos, por ser humano significa transcender a natureza da coisa, do objeto.” (id., ibidem. p. 33)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Próximo da violência compensatória, Fromm vê a essência do <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sadismo</b>, cuja característica principal é o desejo de submeter o próximo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">No sadismo, conforme mostrei em O Medo à Liberdade, o desejo de infringir dor aos outros não é o essencial. Todas as diversas formas de sadismo que podemos observar remontam a um impulso básico, qual seja o de exercer domínio completo sobre outra pessoa, torná-la um objeto indefeso de sua vontade, tornar-se um deus dela, fazer com ela o que bem lhe der na veneta. Humilhá-la, escravizá-la, são meios para tal fim, e a meta mais radical é fazê-la sofrer, pois não existe maior poder sobre outra pessoa do que o de obrigá-la a suportar o sofrimento sem se capaz de defender-se. (id., ibidem. p. 33 - 34)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Este sadismo aparece amplificado no caráter necrófilo dos opressores – a burguesia. Segundo Freire, analisando a violência da opressão:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">Esta violência, como um processo, passa de geração a geração de opressores, que se vão fazendo legatários dela e formando-se no seu clima geral. Este clima gera nos opressores uma consciência fortemente possessiva. Possessiva do mundo e dos homens. Fora da posse direta, concreta, material, do mundo e dos homens, os opressores não se podem entender a si mesmos. Não podem ser. Deles como consciências necrófilas, diria Fromm que, sem esta posse, “perderiam el contacto com el mundo.”<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Professor/Meus%20documentos/p%C3%B3s-gradua%C3%A7%C3%A3o/monografia%20p%C3%B3s/artigo%20VIOL%C3%8ANCIA%20E%20EDUCA%C3%87%C3%83O.doc#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Daí que tendam a transformar tudo o que os cerca em objeto de seu domínio. A terra, os bens, a produção, a criação dos homens, os homens mesmo, o tempo em que estão os homens, tudo se reduz a objeto de seu comando. (FREIRE, 2001. p. 50-51)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Além destes tipos de violência Fromm descreve a “sede de sangue”. Esta é a representação arcaica do sentimento de volta à natureza, onde matar passa a ser parte da vida. O homem torna-se um animal,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>cuja transcendência só se dá através do assassínio ou da própria morte.<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]--> <br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Documents%20and%20Settings/Professor/Meus%20documentos/p%C3%B3s-gradua%C3%A7%C3%A3o/monografia%20p%C3%B3s/artigo%20VIOL%C3%8ANCIA%20E%20EDUCA%C3%87%C3%83O.doc#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "arial"; font-size: 10.0pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "arial";"> Nota de Freire: Erich Fromm. </span><span lang="ES-AR" style="font-family: "arial"; mso-ansi-language: ES-AR;">El Corazón Del Hombre, Breviario. </span><span style="font-family: "arial";">México: Fondo de Cultura Económica, 1967. p. 41. [Publicado no Brasil, FROMM, 1977. p.44]<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-54938592134265655432010-11-03T07:29:00.000-07:002019-06-22T07:15:42.701-07:00VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO: um diálogo com Paulo Freire e Erich Fromm<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial";">VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">A violência escolar não pode ser vista fora de seu contexto social. Esta violência, vivenciada na escola, é reflexo da opressão social e suas seqüelas deixadas em nossa sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">Todo discurso atual sobre violência encarna a visão dos opressores. O violento é o pobre marginalizado. O jovem proletário que se desviou moralmente dos princípios éticos burgueses é expresso como o marginal – o bandido. O jovem burguês que pratica atos de violência é visto como problemático ou embebido do espírito alegre e despreocupado da juventude.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">O mesmo acontece na operação inversa, a vítima da violência proveniente dos opressores é negligenciada, mas quando um pobre agride um rico, é pouco<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>qualquer tipo de punição – daí a defesa intransigente da pena de morte e de formas mais “firmes” de violência vingativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">O sistema penal brasileiro, como o<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>da maioria absoluta dos países, reflete este desejo de vingança. Não se constroem presídios e reformatórios juvenis pensando na recuperação dos detidos, mas sim para privá-los da liberdade e excluí-los do meio social, como forma de vingança pelos crimes cometidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">O crescimento do tráfico de drogas nas favelas e bairros proletários é manchete crescentemente nos jornais. Jovens, em busca do consumismo libertador pregado diariamente pelos veículos de propaganda burguesa, se entregam a uma vida perigosa – tornam-se necrófilos, como aqueles que veiculam os valores consumistas na televisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">A indústria do tráfico movimenta milhões de reais, incitando a ganância e a formação de jovens cujo caráter é moldado pelo caráter mercantil, que antes pertencia somente à classe dominante. A elite do tráfico age da mesma forma que qualquer opressor, de maneira sádica e necrófila com os oprimidos. Usam os mesmos recursos de opressão da ação antidialógica, descrita por Freire (2001. p.157): conquista, dividir para manter a opressão, manipulação e invasão cultural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">As pessoas que vivem nas favelas convivem com a dupla opressão: de um lado os “bandidos”, do outro lado o Estado – representado pela polícia, cuja única função é reprimir violentamente os oprimidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">As políticas públicas, utilizadas pelo Estado como formas de diminuir a violência, são sempre ou opressor-punitivas ou alienante-paternalistas. Assim, temos: incursões violentas nas favelas, com mortes de vários inocentes; e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>programas para retiraram os menores das ruas, isto é, medidas pseudo-educativas, cujo único objetivo é ocupar o tempo de ócio da juventude proletária. Pois a construção de uma visão crítica da sociedade levaria estes jovens ao questionamento da atual sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial";">O papel da Educação estaria em dar subsídios aos oprimidos para entenderem seu atual estado de opressão. A educação bancária, porém, que é a base da estrutura escolar atual, representa a estrutura dominante de dominação – reproduzindo o sadismo do opressor. Nesta, os alunos são reificados, impedidos de ser mais, críticos e criadores – são depósitos de conhecimentos sem sentido, sem ligação direta com suas vivências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">A opressão, que é um controle esmagador, é necrófila. Nutre-se do amor à morte e não do amor à vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11.0pt;">A concepção “bancária”, que a serve, também o é. No momento mesmo em que se funda num conceito mecânico, estático, especializado da consciência e em que transforma, por isso mesmo, os educando em recipientes, em quase coisas, não pode esconder sua marca necrófila. Não se deixa mover pelo ânimo de libertar o pensamento pela ação dos homens uns com outros na tarefa comum de refazerem o mundo e torná-lo mais e mais humano.(FREIRE, 2001. p. 74).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial";">Continue em: <a href="https://www.amazon.com.br/dp/B07SSR2NLM">https://www.amazon.com.br/dp/B07SSR2NLM</a><o:p></o:p></span></div>
</div>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-78417863521208221362010-11-01T11:22:00.000-07:002010-11-01T11:22:04.823-07:00Professores e a alienaçãoNão fazendo uma discussão filosófica sobre o conceito de alienação postei a seguinte provocação na comunidade de Concursos para o Magistério:<br />
<br />
Infelizmente, muitos professores são completamente alienados, não conseguem enxergar que toda a realidade social está conectada por fios políticos.<br />
Assim temos educadores de origem popular que votaram no Serra, sempre se colocam contra as greves e sempre culpam o sindicato por tudo.<br />
O papel do educador é promover o debate, discutir o mundo, e para isso é necessário uma visão crítica. <br />
Então concordo com a máxima da educadora Maria Tereza Nildelcoff: “só existem dois tipos de professores: o professor sindicalista ou o professor policial”.<br />
Professor sindicalista não é aquele diretor ou filiado do SEPE, mas aquele que participa ativamente da transformação do mundo, aquele que não aceita a realidade de opressão e não é instrumento de opressão ou alienação de seus alunos. É aquele que se mobiliza que explica aos alunos os motivos da greve, e explica que a luta não é só por salário, mas por uma sociedade diferente: não só mais justa, mas realmente igualitária.Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-89645980784821344862010-10-30T11:32:00.001-07:002010-10-30T12:46:44.920-07:00Em Tempos Sombrios, Tática InesperadaCom a esquerda em refluxo, as alternativas se tornam escassas. Não há mobilizações em massa, não há partido revolucionário em construção, não há nem mesmo uma pequena vanguarda coesa.<br />Neste mar de desalentos, pouquíssimos militantes de esquerda se aventuram no movimento sindicais e estudantes perante a imensa massa de manobra guiada pelos partidos que estão no poder.<br />Os trotskistas puxam o voto nulo, mas não conseguem construir uma mobilização, nem mostrar-se como alternativa aos modelos dominantes. Serra e Dilma estão comprometidos com a burguesia é certo. <br />Mas neste momento, nestes tempos sombrios,é preferível um governo liberal-populista do que um retorno a Era FHC. Cabe a esquerda se organizar para lutar. E não há como lutar com fome, desempregado, jogado no subemprego, etc.<br />Não por convicção ou ideal, mas por tática (podem me acusar de taticista) voto em Dilma no Segundo Turno.<br />Mas como tática é apenas uma etapa, no dia seguinte já estarei mobilizado para lutar para a construção de um governo dos trabalhadores, que não poderá vir através da democracia burguesa.Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-29248699430037812372009-12-31T08:12:00.000-08:002009-12-31T08:13:06.852-08:00Ano NovoSempre ao aproximar-se um novo ano, as pessoas desejam umas as outras as mesmas coisas:<br /> Paz, saúde e prosperidade...<br />Porém, como se chega a essas coisas? Quais são os meios necessários? Quais são os custos? Quais as conseqüências do meu benefício?<br />Paz para quem? O prêmio Nobel da Paz mantém seus exércitos no Afeganistão, no Iraque e apóia ofensivas israelenses contra palestinos.<br />Saúde de quem? A política atual favorece os empresários da “saúde” enquanto a grande maioria espera em filas um tratamento, que nem sempre é eficaz e as vezes nem chega.<br />Prosperidade? Como falar em prosperidade num mundo onde mais de 80% da população vive na miséria e sustentam uma rica burguesia que usufrui a enorme mais-valia que é extraída da massa de proletários.<br />Então, o que desejar para o próximo ano:<br />Desejo um ano de lutas incansáveis;<br />De força, de organização e vitórias do proletariado;<br />De acaloradas discussões;<br />De greves, passeatas e mobilização;<br />De união dos trabalhadores;<br />Que estas lutas possam trazer a paz da sociedade sem classes, e conseqüentemente o bem-estar de toda a humanidade...Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-60091376445500261462009-12-03T15:48:00.000-08:002009-12-03T16:04:40.783-08:00Introdução ao projeto de pesquisa apresentado à seleção do mestrado em educação-UFF<span style="font-weight:bold;">Alienação, Ideologia e Consciência de Classe: estudo da gênese de conceitos fundamentais do materialismo dialético para a educação e a pesquisa pedagógica.<br /></span><br />A Educação é vista pela maioria dos pesquisadores da área como um processo que envolve dois momentos indissociáveis – ensino e aprendizagem. Na perspectiva aqui apresentada, a educação vai além deste binômio – é um processo de construção de conhecimento.<br />O marxismo, ou melhor, o materialismo dialético, supera esta dualidade epistemológica da ciência pedagógica através do conceito de práxis, onde teoria e prática são pares no processo de transformação (do conhecimento e da realidade). E nas ciências humanas, como a Educação, o homem é ao mesmo tempo sujeito e objeto da transformação e da construção do conhecimento.<br />Nas discussões atuais sobre educação, muito se fala sobre Marx e o marxismo, no entanto, fica evidente uma multiplicidade de discursos – muitas vezes até antagonismos entre os intelectuais que se autodenominam marxistas. Alguns intelectuais negam o marxismo, mas citam e reivindicam teóricos explicitamente marxistas. As categorias e conceitos se misturam formando um ecletismo teórico e metodológico que em nada enriquece o debate teórico e educacional.<br />Neste projeto pretende-se desvelar as influências e a metodologia do pensamento e da ciência (filosofia) marxista na pesquisa e na prática educacional. Para isso buscaremos evidenciar os principais conceitos marxistas, que se referem diretamente à construção do conhecimento e à educação.<br />A perspectiva educacional marxista aponta para uma educação unitária, politécnica, onde se possa conjugar a construção do conhecimento e o trabalho – trabalho útil e criativo. No entanto, na sociedade burguesa, na qual estamos inseridos, o trabalho é alienado e a educação é uma face ideológica desta alienação.<br />Assim – a partir de uma concepção marxista – não há como entender a relação trabalho-educação sem entender o conceito marxista de alienação. Não há como entender as políticas públicas e as teorias pedagógicas burguesas sem falar em ideologia. <br />Ao mesmo tempo, a superação desta sociedade pressupõe a elevação da consciência do proletariado . O socialismo não se constrói de um dia para o outro. Consciência de classe é outro ponto crucial para entender o processo de construção de conhecimento verdadeiramente revolucionário.Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-6904279560443193772009-09-04T19:54:00.000-07:002009-09-04T19:55:04.939-07:00GreveA greve, desde os primórdios do capitalismo, é a principal forma de luta dos trabalhadores contra o Capital.<br />Hoje, a desmobilização geral dos trabalhadores leva ao avanço cada vez maior de vitórias do capital.<br />Enquanto houver classes, haverá luta de classes. E até que haja reação dos explorados, os exploradores elevarão ao máximo sua exploração... o limite do explorador é a última gota de sangue do trabalhador!!!!<br />A luta por salário é condição para a manutenção da vida do proletário (sobrevivência) a luta pelo comunismo é condição para a emancipação do proletariado (pleno desenvolvimento)...Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-18073600041983467322009-06-26T16:05:00.001-07:002019-06-22T07:41:35.482-07:00CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA*<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A questão básica da visão epistemológica de Paulo Freire e de Erich Fromm está na premissa materialista dialética de que o conhecimento é construído socialmente, logo, nunca é neutro. O conhecimento, nesta perspectiva, é o desvelamento da realidade – associado,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>prontamente, com a conscientização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Assim Fromm define o verbo conhecer:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Conhecer começa com o destroçamento das ilusões, com o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">desilusionamento</i> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ent-tauschung</i>). Conhecer significa penetrar através da superfície, a fim de chegar às raízes, e, por conseguinte, às causas; conhecer significa estar de posse da verdade; significa penetrar além da superfície e lutar crítica e ativamente a fim de se aproximar cada vez mais da verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A realidade, segundo esta premissa inicial, é objetiva, material. Porém, a ideologia faz com que esta realidade não seja percebida de forma clara pelos homens. Esta venda moral é chamada pelos pensadores marxistas de ideologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Erich Fromm analisando o problema da consciência em Marx afirma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Em primeiro lugar, deve-se notar que Marx, como Spinoza e mais tarde em Freud, achava que a maioria do que os homens pensam conscientemente é uma percepção “falsa”, é ideologia e racionalização; que as verdadeiras molas mestras das ações do homem são inconscientes para este. Segundo Freud, elas têm suas raízes nos anseios libidinosos do homem; segundo Marx, em toda a organização social do homem que norteia sua percepção para certas direções e o impede dar-se conta de determinado fato e experiências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">É importante saber que esta teoria não pretende contestar a realidade ou o poderio das idéias e ideais. Marx fala da percepção, não das idéias. É exatamente a cegueira do pensamento consciente do homem que lhe impede de tomar conhecimento de suas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>verdadeiras necessidades humanas e de ideais nele arraigados. Só se a falsa percepção é transformada em verdadeira, isto é, só se tomamos conhecimento da realidade, ao invés de deturpá-la por meio de racionalização e ficções, podemos também dar-nos conta de nossas necessidades reais e verdadeiramente humanas. (FROMM, 1962. p.30-31)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Freire (1977), partindo da questão da consciência de classe analisada por Marx e Engels (1989), conclui que a tomada de consciência se desenvolve em dois níveis de consciência.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O primeiro nível tratado por Freire é da consciência “semi-intransitiva” e o segundo é a consciência “transitivo-ingênua”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A consciência semi-intransitiva é a modalidade de consciência do oprimido que ainda está totalmente submerso na ideologia dominante. Segundo Freire (1977. p.73), sobre a este tipo de consciência:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Chamamos esta forma de consciência “semi-intransitiva”. Em sua quase imersão na realidade, esta modalidade de consciência não consegue captar muitos dos desafios do contexto ou os percebe distorcidamente. Sua semi-intransitividade envolve uma certa obliteração que lhe é imposta pelas condições objetivas. Daí que no seu “fundo de visão” os dados que mais facilmente se destaque sejam os que dizem respeito aos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>problemas vitais, cuja razão de ser, de modo geral, é sempre encontrada fora da realidade concreta. É que, a este nível de quase imersão, não se verifica facilmente o que chamamos de “percepção estrutural” dos fatos, que implica na compreensão verdadeira da razão de ser dos mesmos. Desta forma, a explicação para os problemas se acha sempre fora da realidade, ora nos desígnios divinos, ora no destino, ou também na “inferioridade natural” de homens e mulheres cuja consciência se encontra a este nível. (...) Sua ação tem caráter mágico-defensivo ou mágico-terapêutico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A consciência transitivo-ingênua é a consciência que surge com a emersão das massas populares. É a consciência em transição, de um estado de consciência de “classe em si”, que é ingênua – encoberta por mitos,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>para uma consciência de “classe para si” – com dimensão real da realidade social. Quando as classes dominantes percebem o surgimento de tal processo, agem violentamente, através de formas violentas de repressão – como foi o golpe de estado de 1964, no Brasil. Freire (1977. p.75) vê este processo da seguinte forma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Desta maneira, a consciência transitiva emerge como consciência ingênua, tão dominada quanto a interior, mas indiscutivelmente mais alerta com relação à razão de ser de sua própria ambigüidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Por outro lado, a emersão da consciência popular, mesmo ainda ingenuamente transitiva, provoca o desenvolvimento da consciência das classes dominantes. É que intransitividade ingênua anuncia, nas massas populares emersas, a constituição da consciência de classe dominada, com que se assume como “classe para si”. Desta forma, assim como há um momento de surpresa entre as massas populares quando começam a ver o que antes não viam, há uma correspondente surpresa entre as classes dominantes quando percebem que estão sendo desveladas pelas massas. Esta dupla revelação provoca ansiedades numa e noutras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">A consciência de “classe para si” desenvolve-se na práxis, no momento em que a consciência transitivo-ingênua busca organização e parte para a luta. Na perspectiva marxista a prática e a teoria são parte do mesmo movimento – a práxis revolucionária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Assim não é possível se conscientizar, ou conscientizar alguém, estando fora da realidade prática. A visão teleológica das ciências é refutada por este tipo de visão gnosiológica. A inserção na luta e o compromisso, enquanto sujeito do processo, são condições a priori na construção do conhecimento crítico. Conhecimento acrítico, nesta concepção, é ideologia – não existe, é criado apenas como forma de dominação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;">Assim é que, enquanto a prática bancária, como enfatizamos implica uma espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, a educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica um constante ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a imersão; a segunda, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua <i style="mso-bidi-font-style: normal;">inserção crítica</i> na realidade. (FREIRE, 2001. p. 80)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 11.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";">Por isso Freire chama a consciência dos recém-alfabetizados, nas letras e/ou na leitura do mundo, de consciência transitivo-ingênua. Pois, somente será uma consciência de “classe para si” no momento em que sirva para a transformação – na práxis revolucionária. A inserção crítica, que Freire trata, nada mais é que a práxis. Assim para Freire (idem. p. 83) a educação problematizadora “se funda na criatividade e estimula a reflexão e a ação verdadeiras dos homens sobre a realidade, responde à sua vocação, como seres que não podem autenticar-se fora da busca da transformação criadora”.</span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial";"><a href="https://medium.com/margin%C3%A1lia/a-ignor%C3%A2ncia-versus-paulo-freire-795440f088fd">Artigo sobre Paulo Freira na Revista Marginália</a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial";">*Trecho de Meu livro:</span></div>
<h3 style="line-height: 150%;">
<span style="color: black; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A Psicologia Social e a Pedagogia do Oprimido: confluências entre Erich Fromm e Paulo Freire, contribuições à análise social e à Educação de Jovens e Adultos.<o:p></o:p></span></h3>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="550" src="https://ler.amazon.com.br/kp/card?asin=B07SSR2NLM&preview=inline&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_9ZJdDb2D593TV" style="max-width: 100%;" type="text/html" width="336"></iframe>
Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-60533500529461351112009-06-02T10:15:00.000-07:002009-06-02T10:39:58.506-07:00Vanguarda? resposta a um tópico no orkut<span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:130%;" >Vanguarda não é o mesmo que revolucionário. Os stalinistas e trotskistas, pseudo-leninistas, sempre caem no vanguardismo. Buscam as ilusões de uma vanguarda iluminada e pequeno-burguesa que guiara o proletariado pelas sendas da revolução.<br /></span><div style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-size:130%;">O buraco é mais em baixo, não são as ideias que conduzem a matéria, como dizia o "velho barbudo alemão"(assim q minha filha conhece o Marx). A construção da luta do proletariado deve ser nas bases...<br />Podem me chamar de obreirista, como dizia meu professor Marcelo Badaró Mattos. Mas ainda afirmo que através desses partidecos pequeno-burgueses, o máximo que conseguiremos é eleger meia dúzia de parlamentares que mais tarde trairam os trabalhadores que os elegeram - o PT está aí pra não nos deixar esquecer.<br />No PSOL, o Chico Alencar se absteve na votação da Reforma da Previdência - obediência ao partido da traição - PT, que na época temia perder a linda legenda estrelada. A vanguarda é o partido que surge no processo revolucionário, enquanto a revolução não estiver em andamento, esta discussão pra mim é nula.</span></div>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-20231129541110595742009-05-30T21:40:00.000-07:002009-05-30T22:45:54.823-07:00novo livro<div style="text-align: justify;">A esquerda sempre vislumbrou a educação como uma forma de transformação, no entanto as formas são controversas e, por vezes, contraditórias.<br /></div><div style="text-align: justify;">Em 2008, tive a oportunidade de escrever uma monografia discutindo as posições de Erich Fromm e Paulo Freire, dois pensadores marxistas - que estão fora de qualquer discussão atual, no interior dos partidos de Esquerda. O que a esquerda ou pseudo-esquerda pensa disso?<br /></div><br />Assim publico meu primeiro livro:<br /><br /><a href="http://clubedeautores.com.br/book/1704--A_Psicologia_Social_e_a_Pedagogia_do_Oprimido"><span style="font-weight: bold;">A Psicologia Social e a Pedagogia do Oprimido:</span></a><br />confluências entre Erich Fromm e Paulo Freire,<br />contribuições à análise social e a Educação de jovens e adultos.Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-32665300469138569732009-01-04T19:48:00.000-08:002009-01-04T19:49:26.613-08:00A foice e o martelo<p class="MsoNormal">Quase 20 anos após a queda do muro de Berlim e a desestruturação do socialismo real no Leste europeu. O mundo está pior ou melhor?</p> <p class="MsoNormal">Não me faltam argumentos para criticar o regime da antiga União Soviética. No entanto, percebo a falta de uma contra-hegemonia ao domínio dos EUA.</p> <p class="MsoNormal">O veto de Bush, no conselho de segurança da ONU, demonstra o apoio dos EUA à ofensiva israelense contra os palestinos. E com os palestinos, quem está?</p> <p class="MsoNormal">Os Estados Socialistas, hoje, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>são fracos político e militarmente ou estão tão capitalistas que não se lembram de valores comunista ( como a solidariedade entre os povos oprimidos). Se bem que Capitalismo de Estado definiria melhor a China do que Socialismo.</p> <p class="MsoNormal">Temo pelo futuro, não importa se é um democrata ou republicano no poder do mundo, o que importa é que o monstro, apesar das crises, se mantém vivo, dominante e sozinho no alto do mundo.</p> <p class="MsoNormal">O símbolo da oposição dos trabalhadores é objeto de museu e apareceu até no peito do direitista ex-prefeito do Rio, César Maia.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal">Onde está a Esquerda...</p> <p class="MsoNormal">Os jacobinos estão mortos?</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1288852580208577303.post-80163821228590747232008-12-29T17:07:00.000-08:002009-01-02T14:29:13.147-08:00O que é esquerda hoje?<p class="MsoNormal">Estamos num beco sem saída:</p> <p class="MsoNormal">No Brasil, o grande Partido dos Trabalhadores está no poder!!!!</p> <p class="MsoNormal">Mas, quem são os trabalhadores que este partido defende?</p> <p class="MsoNormal">O PT está longe de ser um partido de esquerda, hoje ele está aliado a grande burguesia. Apenas mantém uma face populista, cujo símbolo é o presidente Lula...</p> <p class="MsoNormal">Então onde está a esquerda? Vou postar sobre isso nos próximos dias...</p>Leonardo Coreichahttp://www.blogger.com/profile/07630006924834847176noreply@blogger.com0