quinta-feira, 29 de setembro de 2022

A Dialética da Desvalorização do Trabalho do Professor

Novo livro lançado, sobre o processo de desvalorização do trabalho docente, passando pelas legislações, lutas e percalços dos trabalhadores da Educação. Trabalho de Conclusão do Curso de Direito na UFF.

sábado, 22 de junho de 2019

A Psicologia Social e a Pedagogia do Oprimido


Relançando o livro 10 anos depois.

De forma mais acessível.
Nestes 10 anos, mudaram muito minhas reflexões sobre o assunto, porém acho ótimo ressuscitar os debates em torno da obra de Paulo Freire. Na época o feedback foi bem menor que o esperado, mas recebi e-mails de pesquisadores de várias parte do Brasil.
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sábado, 11 de julho de 2015

Eu e o Marxismo Ortodoxo...

Meu pai dizia que estudar era coisa de gente que não gosta de trabalhar. E no meu caso, tinha um fundo de verdade. Detestava meu trabalho, trabalhei como camelô, entregador de mercadinho e ajudante de pedreiro. Não achava nada gratificante ganhar pouco para fazer grandes esforços físico sob o sol de rachar. Ainda era descriminado por isso, levava duras da PM, tinha mercadorias roubadas pela Guarda Municipal, e quase saí na porrada com uns playboys de Icaraí que não queria pagar a cerveja que bebeu do meu isopor...
Sair do ensino público estadual e entrar em uma universidade federal é um choque cultural. Pela primeira vez via a necessidade de estudar para passar nas provas e fazer trabalhos com um nível de complexidade e eruditismo jamais imaginado para quem mal tinha professores e nem tinha livros.
Mas, havia passado para o curso de História na UFF (passei para a UERJ também, mas escolhi a de Niterói), para onde fui levado pela conjuntura da vida: falta de professores de exatas, o que impossibilitava esta área, pois também não consegui um pré-vestibular gratuito e me sentia idiota por não conseguir aprender física, química e matemática sozinho; e uma aproximação de uma militância política, tentativas de entrar no movimento estudantil e na extinta esquerda do PT (idos 1996).
Iniciei a militância na UFF um pouco antes de iniciar os estudos, ajudando colegas na eleição do DCE. Logo passei a ser assediado por muitas correntes políticas, que queriam ganhar o novo estudante como correligionário. Mas eu insisti por muito tempo me manter como independente, apesar de filiado ao PT, pelo simples fato de não ter conhecimento o suficiente para escolher uma corrente e aceitar um “centralismo democrático”.
Assim, me dei como tarefa, no recesso entre o primeiro ao segundo semestre de 1997 (meu primeiro ano de UFF) ler a obra de Marx, não tinha ideia do tamanho da tarefa. Não consegui ler tudo neste período, mas ao ler as obras escolhidas, já havia me dado noção de que boa parte da militância de esquerda não tinha passado perto daqueles textos.
A obra de Marx e Engels e o marxismo passaram a ser meu maior interesse e objeto de estudo. E pela primeira vez, me vi como autodidata. Pouco depois, entrei no GET-Marx (Grupo de Estudos e Trabalho sobre Marx e o Marxismo, coordenado pela professora Virgínia Fontes). Muito bom, para iniciar a prática do debate político-teórico.
Por ter conhecido o marxismo lendo a obra de Marx e Engels, logo percebi que as minhas concepções políticas eram muito diferentes das correntes políticas presentes no movimento estudantil. Stalinistas, trotskistas, gramscianos, maoístas, reformistas e, em comum, a todos, nenhuma referência a Marx. Na academia ainda era pior, mesmo estas correntes marxistas eram minoria absoluta, e Marx era visto como ultrapassado ou démodé.
Quando optei fazer a monografia sobre História do Marxismo, os professores de esquerda e ditos marxistas foram os primeiros a negarem orientação. E manter-se como estudante de História marxista era muito penoso, principalmente no debate historiográfico, as categorias marxistas sem suas nuances gramscianas ou thompsonianas eram considerado heresia, e ainda o é.
As análises que tenho feito das produções acadêmicas ditas marxistas é que Marx só aparece em citações de citação (apud), sua obra virou apenas uma referência não lida, apenas usam seus intérpretes, sem conhecer a fonte original dos conceitos utilizados.

Marxismo ortodoxo, para a academia e os militantes de esquerda tradicionais, virou sinônimo de estruturalismo, determinismo e iluminismo. Há uma verdadeira caça às bruxas, onde liberais, fascistas, trotskistas, reformistas, anarquistas, pós-modernos, movimentos de minorias, religiosos se unem em combate a um inimigo comum: o marxismo.

Empunhando esta percepção autobiográfica, sei que serei alvo de inúmeros ataques. Mas a luta que nos faz forte. O fato de ser atacado constantemente, reforça as categorias marxista. E força os marxistas a estudarem constantemente e analisar a realidade pelo olhar do materialismo dialético.