quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano Novo

Sempre ao aproximar-se um novo ano, as pessoas desejam umas as outras as mesmas coisas:
Paz, saúde e prosperidade...
Porém, como se chega a essas coisas? Quais são os meios necessários? Quais são os custos? Quais as conseqüências do meu benefício?
Paz para quem? O prêmio Nobel da Paz mantém seus exércitos no Afeganistão, no Iraque e apóia ofensivas israelenses contra palestinos.
Saúde de quem? A política atual favorece os empresários da “saúde” enquanto a grande maioria espera em filas um tratamento, que nem sempre é eficaz e as vezes nem chega.
Prosperidade? Como falar em prosperidade num mundo onde mais de 80% da população vive na miséria e sustentam uma rica burguesia que usufrui a enorme mais-valia que é extraída da massa de proletários.
Então, o que desejar para o próximo ano:
Desejo um ano de lutas incansáveis;
De força, de organização e vitórias do proletariado;
De acaloradas discussões;
De greves, passeatas e mobilização;
De união dos trabalhadores;
Que estas lutas possam trazer a paz da sociedade sem classes, e conseqüentemente o bem-estar de toda a humanidade...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Introdução ao projeto de pesquisa apresentado à seleção do mestrado em educação-UFF

Alienação, Ideologia e Consciência de Classe: estudo da gênese de conceitos fundamentais do materialismo dialético para a educação e a pesquisa pedagógica.

A Educação é vista pela maioria dos pesquisadores da área como um processo que envolve dois momentos indissociáveis – ensino e aprendizagem. Na perspectiva aqui apresentada, a educação vai além deste binômio – é um processo de construção de conhecimento.
O marxismo, ou melhor, o materialismo dialético, supera esta dualidade epistemológica da ciência pedagógica através do conceito de práxis, onde teoria e prática são pares no processo de transformação (do conhecimento e da realidade). E nas ciências humanas, como a Educação, o homem é ao mesmo tempo sujeito e objeto da transformação e da construção do conhecimento.
Nas discussões atuais sobre educação, muito se fala sobre Marx e o marxismo, no entanto, fica evidente uma multiplicidade de discursos – muitas vezes até antagonismos entre os intelectuais que se autodenominam marxistas. Alguns intelectuais negam o marxismo, mas citam e reivindicam teóricos explicitamente marxistas. As categorias e conceitos se misturam formando um ecletismo teórico e metodológico que em nada enriquece o debate teórico e educacional.
Neste projeto pretende-se desvelar as influências e a metodologia do pensamento e da ciência (filosofia) marxista na pesquisa e na prática educacional. Para isso buscaremos evidenciar os principais conceitos marxistas, que se referem diretamente à construção do conhecimento e à educação.
A perspectiva educacional marxista aponta para uma educação unitária, politécnica, onde se possa conjugar a construção do conhecimento e o trabalho – trabalho útil e criativo. No entanto, na sociedade burguesa, na qual estamos inseridos, o trabalho é alienado e a educação é uma face ideológica desta alienação.
Assim – a partir de uma concepção marxista – não há como entender a relação trabalho-educação sem entender o conceito marxista de alienação. Não há como entender as políticas públicas e as teorias pedagógicas burguesas sem falar em ideologia.
Ao mesmo tempo, a superação desta sociedade pressupõe a elevação da consciência do proletariado . O socialismo não se constrói de um dia para o outro. Consciência de classe é outro ponto crucial para entender o processo de construção de conhecimento verdadeiramente revolucionário.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Greve

A greve, desde os primórdios do capitalismo, é a principal forma de luta dos trabalhadores contra o Capital.
Hoje, a desmobilização geral dos trabalhadores leva ao avanço cada vez maior de vitórias do capital.
Enquanto houver classes, haverá luta de classes. E até que haja reação dos explorados, os exploradores elevarão ao máximo sua exploração... o limite do explorador é a última gota de sangue do trabalhador!!!!
A luta por salário é condição para a manutenção da vida do proletário (sobrevivência) a luta pelo comunismo é condição para a emancipação do proletariado (pleno desenvolvimento)...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

CONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA*


A questão básica da visão epistemológica de Paulo Freire e de Erich Fromm está na premissa materialista dialética de que o conhecimento é construído socialmente, logo, nunca é neutro. O conhecimento, nesta perspectiva, é o desvelamento da realidade – associado, prontamente, com a conscientização.
Assim Fromm define o verbo conhecer:
Conhecer começa com o destroçamento das ilusões, com o desilusionamento (Ent-tauschung). Conhecer significa penetrar através da superfície, a fim de chegar às raízes, e, por conseguinte, às causas; conhecer significa estar de posse da verdade; significa penetrar além da superfície e lutar crítica e ativamente a fim de se aproximar cada vez mais da verdade.
A realidade, segundo esta premissa inicial, é objetiva, material. Porém, a ideologia faz com que esta realidade não seja percebida de forma clara pelos homens. Esta venda moral é chamada pelos pensadores marxistas de ideologia.
Erich Fromm analisando o problema da consciência em Marx afirma:
Em primeiro lugar, deve-se notar que Marx, como Spinoza e mais tarde em Freud, achava que a maioria do que os homens pensam conscientemente é uma percepção “falsa”, é ideologia e racionalização; que as verdadeiras molas mestras das ações do homem são inconscientes para este. Segundo Freud, elas têm suas raízes nos anseios libidinosos do homem; segundo Marx, em toda a organização social do homem que norteia sua percepção para certas direções e o impede dar-se conta de determinado fato e experiências.
É importante saber que esta teoria não pretende contestar a realidade ou o poderio das idéias e ideais. Marx fala da percepção, não das idéias. É exatamente a cegueira do pensamento consciente do homem que lhe impede de tomar conhecimento de suas verdadeiras necessidades humanas e de ideais nele arraigados. Só se a falsa percepção é transformada em verdadeira, isto é, só se tomamos conhecimento da realidade, ao invés de deturpá-la por meio de racionalização e ficções, podemos também dar-nos conta de nossas necessidades reais e verdadeiramente humanas. (FROMM, 1962. p.30-31)
Freire (1977), partindo da questão da consciência de classe analisada por Marx e Engels (1989), conclui que a tomada de consciência se desenvolve em dois níveis de consciência. O primeiro nível tratado por Freire é da consciência “semi-intransitiva” e o segundo é a consciência “transitivo-ingênua”.
A consciência semi-intransitiva é a modalidade de consciência do oprimido que ainda está totalmente submerso na ideologia dominante. Segundo Freire (1977. p.73), sobre a este tipo de consciência:
Chamamos esta forma de consciência “semi-intransitiva”. Em sua quase imersão na realidade, esta modalidade de consciência não consegue captar muitos dos desafios do contexto ou os percebe distorcidamente. Sua semi-intransitividade envolve uma certa obliteração que lhe é imposta pelas condições objetivas. Daí que no seu “fundo de visão” os dados que mais facilmente se destaque sejam os que dizem respeito aos problemas vitais, cuja razão de ser, de modo geral, é sempre encontrada fora da realidade concreta. É que, a este nível de quase imersão, não se verifica facilmente o que chamamos de “percepção estrutural” dos fatos, que implica na compreensão verdadeira da razão de ser dos mesmos. Desta forma, a explicação para os problemas se acha sempre fora da realidade, ora nos desígnios divinos, ora no destino, ou também na “inferioridade natural” de homens e mulheres cuja consciência se encontra a este nível. (...) Sua ação tem caráter mágico-defensivo ou mágico-terapêutico.
A consciência transitivo-ingênua é a consciência que surge com a emersão das massas populares. É a consciência em transição, de um estado de consciência de “classe em si”, que é ingênua – encoberta por mitos, para uma consciência de “classe para si” – com dimensão real da realidade social. Quando as classes dominantes percebem o surgimento de tal processo, agem violentamente, através de formas violentas de repressão – como foi o golpe de estado de 1964, no Brasil. Freire (1977. p.75) vê este processo da seguinte forma:
Desta maneira, a consciência transitiva emerge como consciência ingênua, tão dominada quanto a interior, mas indiscutivelmente mais alerta com relação à razão de ser de sua própria ambigüidade.
Por outro lado, a emersão da consciência popular, mesmo ainda ingenuamente transitiva, provoca o desenvolvimento da consciência das classes dominantes. É que intransitividade ingênua anuncia, nas massas populares emersas, a constituição da consciência de classe dominada, com que se assume como “classe para si”. Desta forma, assim como há um momento de surpresa entre as massas populares quando começam a ver o que antes não viam, há uma correspondente surpresa entre as classes dominantes quando percebem que estão sendo desveladas pelas massas. Esta dupla revelação provoca ansiedades numa e noutras.
A consciência de “classe para si” desenvolve-se na práxis, no momento em que a consciência transitivo-ingênua busca organização e parte para a luta. Na perspectiva marxista a prática e a teoria são parte do mesmo movimento – a práxis revolucionária.
Assim não é possível se conscientizar, ou conscientizar alguém, estando fora da realidade prática. A visão teleológica das ciências é refutada por este tipo de visão gnosiológica. A inserção na luta e o compromisso, enquanto sujeito do processo, são condições a priori na construção do conhecimento crítico. Conhecimento acrítico, nesta concepção, é ideologia – não existe, é criado apenas como forma de dominação.
Assim é que, enquanto a prática bancária, como enfatizamos implica uma espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, a educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica um constante ato de desvelamento da realidade. A primeira pretende manter a imersão; a segunda, pelo contrário, busca a emersão das consciências, de que resulte sua inserção crítica na realidade. (FREIRE, 2001. p. 80)
Por isso Freire chama a consciência dos recém-alfabetizados, nas letras e/ou na leitura do mundo, de consciência transitivo-ingênua. Pois, somente será uma consciência de “classe para si” no momento em que sirva para a transformação – na práxis revolucionária. A inserção crítica, que Freire trata, nada mais é que a práxis. Assim para Freire (idem. p. 83) a educação problematizadora “se funda na criatividade e estimula a reflexão e a ação verdadeiras dos homens sobre a realidade, responde à sua vocação, como seres que não podem autenticar-se fora da busca da transformação criadora”.




*Trecho de Meu livro:

A Psicologia Social e a Pedagogia do Oprimido: confluências entre Erich Fromm e Paulo Freire, contribuições à análise social e à Educação de Jovens e Adultos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vanguarda? resposta a um tópico no orkut

Vanguarda não é o mesmo que revolucionário. Os stalinistas e trotskistas, pseudo-leninistas, sempre caem no vanguardismo. Buscam as ilusões de uma vanguarda iluminada e pequeno-burguesa que guiara o proletariado pelas sendas da revolução.
O buraco é mais em baixo, não são as ideias que conduzem a matéria, como dizia o "velho barbudo alemão"(assim q minha filha conhece o Marx). A construção da luta do proletariado deve ser nas bases...
Podem me chamar de obreirista, como dizia meu professor Marcelo Badaró Mattos. Mas ainda afirmo que através desses partidecos pequeno-burgueses, o máximo que conseguiremos é eleger meia dúzia de parlamentares que mais tarde trairam os trabalhadores que os elegeram - o PT está aí pra não nos deixar esquecer.
No PSOL, o Chico Alencar se absteve na votação da Reforma da Previdência - obediência ao partido da traição - PT, que na época temia perder a linda legenda estrelada. A vanguarda é o partido que surge no processo revolucionário, enquanto a revolução não estiver em andamento, esta discussão pra mim é nula.

sábado, 30 de maio de 2009

novo livro

A esquerda sempre vislumbrou a educação como uma forma de transformação, no entanto as formas são controversas e, por vezes, contraditórias.
Em 2008, tive a oportunidade de escrever uma monografia discutindo as posições de Erich Fromm e Paulo Freire, dois pensadores marxistas - que estão fora de qualquer discussão atual, no interior dos partidos de Esquerda. O que a esquerda ou pseudo-esquerda pensa disso?

Assim publico meu primeiro livro:

A Psicologia Social e a Pedagogia do Oprimido:
confluências entre Erich Fromm e Paulo Freire,
contribuições à análise social e a Educação de jovens e adultos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A foice e o martelo

Quase 20 anos após a queda do muro de Berlim e a desestruturação do socialismo real no Leste europeu. O mundo está pior ou melhor?

Não me faltam argumentos para criticar o regime da antiga União Soviética. No entanto, percebo a falta de uma contra-hegemonia ao domínio dos EUA.

O veto de Bush, no conselho de segurança da ONU, demonstra o apoio dos EUA à ofensiva israelense contra os palestinos. E com os palestinos, quem está?

Os Estados Socialistas, hoje,  são fracos político e militarmente ou estão tão capitalistas que não se lembram de valores comunista ( como a solidariedade entre os povos oprimidos). Se bem que Capitalismo de Estado definiria melhor a China do que Socialismo.

Temo pelo futuro, não importa se é um democrata ou republicano no poder do mundo, o que importa é que o monstro, apesar das crises, se mantém vivo, dominante e sozinho no alto do mundo.

O símbolo da oposição dos trabalhadores é objeto de museu e apareceu até no peito do direitista ex-prefeito do Rio, César Maia. 

Onde está a Esquerda...

Os jacobinos estão mortos?